
Javier Bardem é, para mim, o melhor actor vivo.
No desempenho da sua profissão, é talvez o elemento menos passível de ser estereotipado no mundo, não se coibindo, sempre que necessário, de alterar drasticamente a aparência conforme a personagem que abraça.
Assim, em cada filme em que decide pôr o seu cunho, vêmo-lo como uma pessoa diferente - e por diferente, entenda-se completamente transfigurada.
De revolucionário, impulsivo, cínico e mulherengo em Los Lunes al Sol, vemo-lo como lúcido, sereno, sábio e galanteador em Mar Adentro, até que, na corrida aos óscares, com o trepidante NCFOM vimo-lo capaz de interpretar um dos melhores psycho killers da história do cinema - e logo à primeira tentativa -.
São três filmes obrigatórios na ainda curta carreira deste magnífico actor. Realce para Mar Adentro, no qual Bardem encarna a personagem - de forma biográfica - Ramón Sampédro. Do início ao fim, o filme desenrola-se como um poema à vida que deseja a morte, tratando por tu o suicídio que não é mais do que uma miragem, quando se é um tetraplégico a quem o sonho de morrer é negado.
Espero com alguma ansiedade o seu retorno aos cinemas, junto do mestre Woody (digna de vassalagem, qualquer alma que arquitecte diálogos como os seus), e da pertinente Penélope.


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