sábado, 31 de maio de 2008

Neurosis

É querer - ter de - saber o significado por detrás da coisa mais insignificante.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Meds

Viver sem comprimidos é retirar o elemento surpresa a algo aborrecido.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

E então

...Como estão as coisas na costa oeste?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tendências primas

O melhor das obras-primas é tenderem sempre a ser desprezadas pelos medianos.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O'SevenO'Eight

É começar e acabar a ganhar, penando nos entremeios.
Sem o sofrimento, as crises de personalidade, a paranóia e os golos absurdos, este não seria o meu Sporting.
Mesmo que tudo o mais falhasse, seriam estes os predicados aos quais iria buscar uma dose extra de identificação, naquela que foi a história de uma época.

sábado, 17 de maio de 2008

Às segundas ao sol, mar adentro, este país não é para velhos. - lido como frase, não como enumeração.




Javier Bardem é, para mim, o melhor actor vivo.
No desempenho da sua profissão, é talvez o elemento menos passível de ser estereotipado no mundo, não se coibindo, sempre que necessário, de alterar drasticamente a aparência conforme a personagem que abraça.
Assim, em cada filme em que decide pôr o seu cunho, vêmo-lo como uma pessoa diferente - e por diferente, entenda-se completamente transfigurada.

De revolucionário, impulsivo, cínico e mulherengo em Los Lunes al Sol, vemo-lo como lúcido, sereno, sábio e galanteador em Mar Adentro, até que, na corrida aos óscares, com o trepidante NCFOM vimo-lo capaz de interpretar um dos melhores psycho killers da história do cinema - e logo à primeira tentativa -.

São três filmes obrigatórios na ainda curta carreira deste magnífico actor. Realce para Mar Adentro, no qual Bardem encarna a personagem - de forma biográfica - Ramón Sampédro. Do início ao fim, o filme desenrola-se como um poema à vida que deseja a morte, tratando por tu o suicídio que não é mais do que uma miragem, quando se é um tetraplégico a quem o sonho de morrer é negado.

Espero com alguma ansiedade o seu retorno aos cinemas, junto do mestre Woody (digna de vassalagem, qualquer alma que arquitecte diálogos como os seus), e da pertinente Penélope.

(In)tangibilidades

A intangibilidade da perfeição é algo que a minha personalidade obsessiva-compulsiva agradece.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Zás.

O absurdo não é levado suficientemente a sério.






Ainda bem.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O prazer da desgraça em Camus

"Todo o meu ser se retesou e crispei a mão que segurava o revólver. O gatilho cedeu, toquei na superfície lisa da coronha e foi aí, com um barulho ao mesmo tempo seco e ensurdecedor, que tudo prinicipiou. Sacudi o suor e o sol. Compreendi que destruí o equilíbrio do dia, o silêncio de uma praia onde havia sido feliz. Voltei então a disparar mais quatro vezes contra um corpo inerte, onde as balas se enterravam sem se dar por isso. E era como se batesse quatro breves pancadas, à porta da desgraça."